MULTIDÃO ESTACIONADA
No desfile das caras
tanto rosto que eu não via, apareceu.
Tinha tanta gente, quando derrepente
eu vi você e eu, no meio da multidão.
Segurei a tua mão com vontade
trazendo você pra mim,
não queria te perder e o melhor jeito
que eu encontrei era te ter
bem perto aqui comigo.
Tudo parecia diferente,
mascaras desfilavam escondendo
a personalidade das pessoas,
quem era quem? Sabe- se lá
também de onde vinham,
alguém que eu conhecia? Não sei,
além de nós dois, ninguém.
Muito pó de arroz pelo ar,
as pessoas gritavam tentando se organizar,
mas era dificil saber distinguir
o lado certo pra olhar e o melhor
caminho pra seguir.
Até que um apito soou ao longe,
era o trem chegando, apitando
cheio de fumaça, trazendo novidades, talvez.
Mas com certeza levando toda a insensatez
conjugada, dessa multidão estacionada
nos trilhos, acenando alucinadamente
pros próprios filhos que um dia
ainda vão nascer . . .
Homenino Poeta
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