IRREAL

IRREAL
A descida subia
na ladeira que jogava
cadeiras pelo ar.
Tudo estava certo,
no maior erro a céu aberto
já escutado.
Quando vi com
os olhos fechados
que ao meu lado tinha nada.
Nem mesmo agua pra comer
e a fome de beber ficou seca,
quando subiu a escada pra descer.
O vento voltava antes de ir,
a idade das pessoas
começou a diminuir.
Os velhos viraram crianças
e as crianças voltaram a nascer.
A vida se jogava pra traz,
os rios subiam,
a temperatura caía
e o sol ardia sem aparecer.
As cortinas se fechavam
os atores aplaudiam de pé
a platéia, que nem fazia idéia
do que se tratava.
Chegou uma carta
que esplicava tudo.
Colocaram o filme trocado,
por isso o barulho parecia mudo
e o silencio era exagerado.
Nesse sonho
que o mais certo dos Homens
sonhava no hospício
com os olhos arregalados,
achando tudo normal.
Enquanto isso o padre benzia
e a freira estendia
o seu vestido de gala no varal.
No fim tudo apenas
estava começando e eu aqui
me deliciando, inventando
esse absurdo irreal . . .

Homenino Poeta